Como a Restrição Energética pode influenciar a Longevidade?
Quando o assunto é RESTRIÇÃO ENERGÉTICA, logo vem à cabeça questões relacionadas ao Sobrepeso, Obesidade, Jejum Intermitente etc., isto é, uma materialização das inúmeras ferramentas disponíveis ao auxílio da Redução do Percentual de Gordura Corporal e Controle Ponderal... Mas, os benefícios não param por aí.
Estudos conduzidos pelo biólogo japonês Yoshinori Ohsumi (e que lhe renderam o Prêmio Nobel de Medicina em 2016) concluíram que a restrição energética é capaz de produzir uma reação conhecida como "Autofagia", onde o próprio organismo passa a eliminar suas células envelhecidas e doentes (inclusive as do Sistema Imune) e, posteriormente, à partir de estruturas das próprias células, criam outras unidades novas, mais eficazes para o bom funcionamento do corpo, auxiliando no combate aos malefícios do envelhecimento e na prevenção de inúmeras doenças.
Quando se realiza uma restrição energética, o cérebro entra em estado de alerta, ficando mais ativo e começa a desencadear reações para se adaptar a essa realidade. Uma dessas reações de adaptação é o aumento da produção de mitocôndrias nos neurônios. Essa alteração faz com que a habilidade dos neurônios de se interconectarem também aumente, o que acaba promovendo uma melhor absorção de informações, favorecendo o aprendizado e a memória.
Além disso, conforme um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, essa prática está associada à redução da incidência de doenças cardiovasculares, câncer, além de auxiliar no tratamento do Diabetes Mellitus, pois é capaz de combater dois dos principais fatores relacionados às doenças crônicas e envelhecimento: 1) o excesso de insulina; 2) o estresse oxidativo e encurtamento dos telômeros.
Assim, ficou demonstrado que a RESTRIÇÃO ENERGÉTICA acaba por fazer uma "faxina" no organismo, jogando fora as células velhas e criando, a partir das células tronco, novas células, prontas para turbinar o funcionamento do corpo, sendo capazes até de reparar nosso DNA. Todas essas alterações (corpo e cérebro) são capazes de prolongar a vida e retardar ou evitar o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, por exemplo.
Portanto, resta o alerta: a Restrição Energética (ou seja, o ganhar menos do que se gasta) não é BENÉFICA apenas ao controle do sobrepeso ou obesidade, mas sim, uma poderosa ferramenta capaz de prevenir (e até mesmo reverter inúmeras doenças, além de AUMENTAR a Longevidade, conforme demonstrado por Ohsumi.